quinta-feira, 23 de março de 2023

Sobre o 22 de há 2 meses atrás

 2 meses que te conheci, mais de 1 mês que deixaste de fazer parte da minha vida, menos de 1 mês desde a última vez que falamos.

Penso que no meio de toda a nossa história, o que mais me magoa são as expectativas do "eu" de dia 22 de janeiro de 2023 que foram por água abaixo. O quanto aquela pessoa estava feliz e achava que desta vez podia ser, o sorriso com que fui para casa no fim do primeiro date, como me senti novamente desejada e interessante para alguém. Saí dali só a querer que aquele dia voltasse a acontecer, e desde que deixamos de nos falar que esse sentimento voltou. Não queria continuar a falar contigo, só queria voltar a conhecer melhor a pessoa que conheci naquele primeiro date.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Para o G. (parte 2)

 Não consigo entender o que é que aconteceu naquele dia. Acordaste bem disposto e de repente terminas tudo comigo, a meio da tarde, a meio do meu trabalho, quando sabes tão bem como eu como a minha capacidade e o meu bem estar emocional são demasiado importantes para a minha profissão. Fizeste isso através de mensagens, nem coragem tiveste para marcar uma conversa pessoalmente para esclarecer tudo, e mesmo a conversa que tivemos foi por minha insistência.

Tudo o que se passou entre nós foi tão rápido, mas tão intenso...fico a pensar se andaste a gozar com a minha cara porque o fim não faz sentido, a justificação que tu deste não faz sentido...mas também não faz sentido apresentares-me às tuas pessoas se não era para ser nada sério. Por isto tudo acabo por tentar acreditar que todo este desfecho foi simplesmente pelo teu impulso, pela tua confusão, pelo teu estado mental não ser o mais saudável...

O problema no meio disto tudo é que, por mais curto que este caminho tenha sido, eu gostei realmente de ti, eu acreditei realmente em ti, eu abri-me realmente contigo, eu acabei por estar contigo de uma forma que a última pessoa com quem estive assim foi com o meu ex. A verdade é que está a doer demasiado da minha parte, enquanto que ao que parece, para ti, eu sou/fui só mais uma, sobre quem daqui a uns meses vais dizer "não foi nada sério, foram só uns dates"...se algum dia disseres isto espero que mordas a língua nesse momento, porque ambos sabemos que não foi...ambos sabemos que de nós os 2 até foste tu quem forçou mais a não ser uma cena tão simples e casual.

E hoje, só penso que eu gostei MESMO de ti...no entanto, não consigo voltar a confiar em ti, por mais que tenha gostado de ti tu destruíste tudo o que houve, e o que podia ter havido, entre nós no dia em que me levantaste a voz, em que me deixaste numa angústia e ansiedade brutal no meu trabalho, no dia em que não te importaste em ter uma conversa decente de closure, puseste as culpas de tudo em mim, e ainda me pintaste como a injusta. Hoje, odeio-me por ter gostado de ti tanto, em tão pouco tempo...e isso, eu não posso perdoar.

Para o G. (parte1)

 (1 dia após ir tudo ao ar, provavelmente com muita raiva no meio)

Tu foste daquelas notificações, de mensagens enviadas a meio da noite, que eu só vejo de manhã e dão uma injeção de energia, e uma outra leveza ao dia. Tudo começou assim, quando eu já não esperava nada de ninguém, só de mim, porque a vida tem me ensinado que em último caso tenho de ser eu a dar-me motivação a mim própria para continuar a ter um bocadinho de vontade de viver e de fazer coisas novas, e a impor-me desafios para não ficar só a existir numa vida depressiva e solitária de trabalho, casa, casa, trabalho.

Eu fui para o nosso primeiro date como vou a, quase, todos...com poucas expectativas, mas com vontade de te conhecer, a acreditar que podias ser diferente (para melhor), mas com a esperança muito reduzida porque como eu gosto de dizer "a vida é uma merda, e é raro abonar a meu favor".

Mal te vi gostei de tudo em ti, eras mais bonito do que eu tinha imaginado, mais alto do que eu mas não demasiado, cheiravas bem (acho que usavas o mesmo perfume que o meu ex namorado, mas nem me lembrei disso na altura), dava para perceber que eras mais novo que eu (o meu típico), mas já tinhas uma postura de uma pessoa mais madura. A conversa fluiu tão bem, que segundo tu, estivemos 7 horas a falar...e foram as 7 horas em que eu estive mais tranquila desde há algum tempo para cá.

A partir daí foi sempre tudo a melhorar, conversas todos os dias, víamo-nos todos os fins de semana e tínhamos dates em condições. Foi muito fácil para mim começar a gostar de ti, apesar de todos os receios e inseguranças que eu tenho relativamente ao passado, tu parecias percebê-las e mostrar-me que estavas comigo para ser diferente, e para ser especial. 

Ao fim de 2 anos de vida de solteira, e após o trauma da minha última relação, finalmente consegui admitir para alguém e para mim própria que me estava a apaixonar, e era por ti. E foi tão fácil, sabes? Foi tudo rápido, certo, mas ao mesmo tempo simples, leve e sem pressão. Parecia tudo tão bom!

Eu acabei por confiar em ti coisas que era raro confiar nos outros...não sei se pelas deceções, se por ter desenvolvido (se calhar em demasia) a minha independência, se por saber que em último caso só com os meus é que posso contar...mas, mesmo a medo, eu confiei.


(Afinal tudo o que foi escrito nem tinha assim tanta raiva)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Para o P

Voltaste à minha vida de uma forma inesperada. Antes eras só um conhecido, fruto de amigos em comum, e de repente parecia que podias ser a pessoa por quem eu sempre esperei. Costumo dizer que foi numa noite aleatória, mas ao mesmo tempo foi exatamente quando devia, tinha recebido uma notícia bastante triste nesse dia, como tu sabes, e ter olhado para ti de uma outra forma foi a melhor parte do meu dia, e provavelmente da minha semana. No início fui a medo, nem sabia se devia olhar para ti de outra forma ou não..se corresse mal ia ser complicado, e o meu histórico com situações como a nossa não era bom...no entanto tu pareceste tão interessado e ao mesmo tempo tão calmo, garantiste-me que as coisas nunca iriam ficar estranhas porque independentemente de tudo ias gostar de mim na mesma.

Então, finalmente deixei-me ir, e por um lado não me arrependo, vivemos dias incríveis, e fizeste com que eu voltasse a sentir borboletas na barriga, coisa que eu achava que não ia voltar a acontecer. Não vou dizer que me apaixonei, ou que estou apaixonada, porque parece uma palavra tão forte para algo que teve um fim, se aquilo foi um fim, um fim tão incerto. Se há coisa que me recordo bem, como se fosse hoje, é das nossas conversas, de todas as coisas bonitas que me disseste, que tocaram no meu coração. O que tem uma pitada de ironia, porque sempre me considerei uma pessoa que tinha como linguagens do amor o toque físico e o tempo de qualidade, agora não sei se pelas inseguranças ou por ter banalizado os beijos, sem dúvida que se há forma que sei demonstrar amor é pelo tempo de qualidade e pelo estar presente, e continuo a adorar abraços, mas comecei a dar um valor diferente ao que as pessoas me dizem, quando é dito olhos nos olhos, com um tom de voz verdadeiro, apesar de ser péssima a demonstrar amor por palavras, é difícil alguém arrancar de mim uma palavra amorosa, elogios genuínos oki, mas sobre sentimentos acho que vou ser sempre melhor a escrever do que a falar.

No meio disto, recordo-me bem dos "porque é que isto não aconteceu mais cedo?", o que honestamente também pensei, e muito, mas por ter parecido que o que sempre quis sempre esteve ao meu lado, por perto, e eu é que não vi, enquanto tu dizias no sentido de que querias aproveitar todo o tempo que podias comigo. Não me esqueço da vez em que, no meio do nosso passeio a um dos meus sítios preferidos, me disseste "não me lembro da última vez em que me senti tão calmo", o que, para ser honesta, depois de me terem feito sentir tão errada, tão tóxica, tão complicada e tão conflituosa na minha última relação, é dos melhores elogios que alguém me pode dar, que eu sou uma pessoa que transmite paz e tranquilidade. E por fim, recordo-me daquele "estou a adorar o tempo que estou a passar contigo", que foi dito olho no olho, enquanto recebia um mimo na cara ou no cabelo, com o teu tom de voz grave que eu tanto adoro. Depois recordo-me das reações das minhas amigas quando me ouviam a falar de ti, do meu nervosismo ao explicar o que tinha acontecido, do meu olhar emocionado de quem parece que nunca esteve apaixonada, e estava a viver a sua primeira paixoneta de adolescente.

Lembro-me de como ficava feliz quando recebia a tua mensagem, das vezes em que fiquei em entusiasmada porque ia encontrar-me contigo, do nó (?) no estomago do date que tivemos 1 mês depois de termos estado juntos (e que tínhamos ficamos sem nos vermos), e de como acordei feliz no dia a seguir a esse date...o que para quem me conhece, e sabe as experiências que eu tinha vivido até então é só parvo! Seria óbvio que a vida não seria tão boa para mim ao ponto de me dar de bandeja alguém tão gentil e bom, seria óbvio que estava a ser bom demais para ser verdade, porque eu nunca fui a pessoa que teve essa sorte, aliás, vivi uma adolescência de amores não correspondidos, e uma vida universitária a tentar lidar com os traumas vindos daí, depois quando finalmente apaixonei-me de forma correspondida, adivinha o que aconteceu? Obviamente que o ser acabou por me trair e destruir todas as minhas expectativas relativamente ao amor e às pessoas, no entanto já nem o culpo, porque na verdade só isso é que é coerente com todo o azar que eu tinha tido no campo amoroso até então. Depois disso tu sabes o quanto eu tentei abstrair-me e se calhar deixar-me levar por cenas vazias, que lá no fundo faziam-me sentir menos má, aumentavam minimamente a autoestima, e pelo menos divertia-me, mas no meio dessas coisas vazias foram os poucos que tocaram minimamente no meu coração, e tu, de repente, chegas e fazes parecer que só havia espaço para mais uma pessoa nele, e que essa pessoa eras tu.

A seguir vêm-me à memória os dias de dor e confusão, quando demoravas mais a responder, quando efetivamente me ignoraste, quando eu achei que me tinhas mentido, e que tinha chegado o dia em que tinhas deixado de gostar de mim. Por um lado tu parecias tão puro e genuíno, o que me fazia acreditar que só estavas a ser tu, que estavas ocupado, que se estivéssemos juntos seria tudo diferente. Por outro, eu tinha cadastro de ser abandonada, magoada, e deixada para lá porque "não sou boa o suficiente para que alguém goste de mim durante muito tempo". Então por mais que eu quisesse continuar e que tentasse lutar por ti, sentia a maior parte das vezes que nem ia valer a pena.

Por fim, penso mais um bocado e fico confusa, e até um pouco chateada comigo própria. Nunca entendi o que aconteceu naquela vez em que me viste e ignoraste, provavelmente nunca entenderei, a menos que falemos sobre o assunto. Não consigo perceber também porque é que depois disso não disseste mais nada, e chateio-me comigo própria por eu também não ter dito. Só penso "se fosse hoje", e ai, se fosse fazia diferente, provavelmente expunha-me, mostrava-me vulnerável, tentava mostrar-te que certas atitudes tuas estavam a mexer comigo, tentava perceber se essas atitudes tuas eram o resultado de alguma atitude minha, preocupava-me em saber o que é que tu estavas a sentir e em que é que estavas a pensar. Mas deixei-me ir e mover pelo orgulho, tinha demasiadas vozes (tanto na minha cabeça como à minha volta) a dizer "ele está a gozar contigo", "ele perdeu o interesse", "se ele ignorou agora é ele que tem de vir atrás", e deixei-me levar por tudo isto...logo eu que tenho problemas de ultrapassar tudo e mais alguma coisa, que procuro um closure até nas situações mais corriqueiras.

Hoje em dia, penso por diversas vezes em enviar-te mensagem...tenho saudades tuas, preocupo-me contigo, gostava de saber como é que tens estado, se tens tido saudades minhas também, como é que está o trabalho, a tese...tanta coisa. Sinto que o nosso afastamento foi parvo, e fruto do orgulho, e a verdade é que eu só quero que estejas bem, preocupo-me contigo numa medida maior do que o orgulho que tenho nesta situação toda. Todos os dias penso que um dos meus momentos mais felizes, deste ano, foi quando estávamos os dois só a chillar na relva, ao pé da ria, a apanhar sol, a falar e a trocar uns beijos, a conhecer-nos melhor, e eu só gostava de em 2023 ter a oportunidade de voltar a passar pelo mesmo contigo, de reviver esse e outros bons momentos ao teu lado. Porque eu não posso dizer que me apaixonei, mas é certo que eu gostei, e gosto, de ti.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

P

 No meio de toda a desilusão apareceu alguém que me despertou interesse de uma forma diferente. Alguém que na verdade já conhecia, mas que no meio do barulho das luzes, olhei para ele de forma diferente. Alguém que chegou e que tudo encaixou, o que me levou só a questionar porque é que não tinha acontecido, porque é que não tinha sido ele a aparecer na minha vida naquele final de 2018, e a despertar todas as emoções que associamos àquela fase inicial de uma paixoneta.

No meio disto, ele aparece depois, depois de toda a dor, de toda a desconfiança, de todas as vezes que me senti desvalorizada, magoada, ignorada, desprezada. Ele na verdade sempre existiu, mas como um conhecido, uma amigo de um amigo, por assim dizer. Mas de repente tem um brilho especial, depois de um dia mau lá está ele, sem eu sequer ter pedido, ou achasse que algo ia acontecer nesse dia. Num dia em que eu apenas achava que ia estar e divertir-me com os meus amigos, ele aparece como uma estrela, que sempre esteve lá, e simplesmente eu é que não tinha reparado no brilho.

Não sei, e penso que nunca saberei, explicar o que é que efetivamente aconteceu naquela noite, aliás naquelas noites e naqueles dias, eu nem estava muito confiante que seria boa ideia, mas depois deixei que as coisas só rolassem. No final desses dias falava dele, e do que aconteceu entre nós com uma voz de apaixonada, e com os olhos a brilhar...tive amigas a dizerem-me que nunca me tinham visto assim por ninguém, e de repente estava assim por ele. 

No primeiro instante foi algo só random, e nos momentos a seguir fazia todo o sentido do mundo, ao ponto de ter parecido que tudo o que tinha acontecido na minha vida, e tudo o que tinha passado, tinha servido apenas para me levar até ao momento em que olhei para ele daquela forma, e que se assim fosse nem me importava de todas as deceções até então.

Sobre o 22 de há 2 meses atrás

 2 meses que te conheci, mais de 1 mês que deixaste de fazer parte da minha vida, menos de 1 mês desde a última vez que falamos. Penso que n...