quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Para o G. (parte1)

 (1 dia após ir tudo ao ar, provavelmente com muita raiva no meio)

Tu foste daquelas notificações, de mensagens enviadas a meio da noite, que eu só vejo de manhã e dão uma injeção de energia, e uma outra leveza ao dia. Tudo começou assim, quando eu já não esperava nada de ninguém, só de mim, porque a vida tem me ensinado que em último caso tenho de ser eu a dar-me motivação a mim própria para continuar a ter um bocadinho de vontade de viver e de fazer coisas novas, e a impor-me desafios para não ficar só a existir numa vida depressiva e solitária de trabalho, casa, casa, trabalho.

Eu fui para o nosso primeiro date como vou a, quase, todos...com poucas expectativas, mas com vontade de te conhecer, a acreditar que podias ser diferente (para melhor), mas com a esperança muito reduzida porque como eu gosto de dizer "a vida é uma merda, e é raro abonar a meu favor".

Mal te vi gostei de tudo em ti, eras mais bonito do que eu tinha imaginado, mais alto do que eu mas não demasiado, cheiravas bem (acho que usavas o mesmo perfume que o meu ex namorado, mas nem me lembrei disso na altura), dava para perceber que eras mais novo que eu (o meu típico), mas já tinhas uma postura de uma pessoa mais madura. A conversa fluiu tão bem, que segundo tu, estivemos 7 horas a falar...e foram as 7 horas em que eu estive mais tranquila desde há algum tempo para cá.

A partir daí foi sempre tudo a melhorar, conversas todos os dias, víamo-nos todos os fins de semana e tínhamos dates em condições. Foi muito fácil para mim começar a gostar de ti, apesar de todos os receios e inseguranças que eu tenho relativamente ao passado, tu parecias percebê-las e mostrar-me que estavas comigo para ser diferente, e para ser especial. 

Ao fim de 2 anos de vida de solteira, e após o trauma da minha última relação, finalmente consegui admitir para alguém e para mim própria que me estava a apaixonar, e era por ti. E foi tão fácil, sabes? Foi tudo rápido, certo, mas ao mesmo tempo simples, leve e sem pressão. Parecia tudo tão bom!

Eu acabei por confiar em ti coisas que era raro confiar nos outros...não sei se pelas deceções, se por ter desenvolvido (se calhar em demasia) a minha independência, se por saber que em último caso só com os meus é que posso contar...mas, mesmo a medo, eu confiei.


(Afinal tudo o que foi escrito nem tinha assim tanta raiva)

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