quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Para o G. (parte 2)

 Não consigo entender o que é que aconteceu naquele dia. Acordaste bem disposto e de repente terminas tudo comigo, a meio da tarde, a meio do meu trabalho, quando sabes tão bem como eu como a minha capacidade e o meu bem estar emocional são demasiado importantes para a minha profissão. Fizeste isso através de mensagens, nem coragem tiveste para marcar uma conversa pessoalmente para esclarecer tudo, e mesmo a conversa que tivemos foi por minha insistência.

Tudo o que se passou entre nós foi tão rápido, mas tão intenso...fico a pensar se andaste a gozar com a minha cara porque o fim não faz sentido, a justificação que tu deste não faz sentido...mas também não faz sentido apresentares-me às tuas pessoas se não era para ser nada sério. Por isto tudo acabo por tentar acreditar que todo este desfecho foi simplesmente pelo teu impulso, pela tua confusão, pelo teu estado mental não ser o mais saudável...

O problema no meio disto tudo é que, por mais curto que este caminho tenha sido, eu gostei realmente de ti, eu acreditei realmente em ti, eu abri-me realmente contigo, eu acabei por estar contigo de uma forma que a última pessoa com quem estive assim foi com o meu ex. A verdade é que está a doer demasiado da minha parte, enquanto que ao que parece, para ti, eu sou/fui só mais uma, sobre quem daqui a uns meses vais dizer "não foi nada sério, foram só uns dates"...se algum dia disseres isto espero que mordas a língua nesse momento, porque ambos sabemos que não foi...ambos sabemos que de nós os 2 até foste tu quem forçou mais a não ser uma cena tão simples e casual.

E hoje, só penso que eu gostei MESMO de ti...no entanto, não consigo voltar a confiar em ti, por mais que tenha gostado de ti tu destruíste tudo o que houve, e o que podia ter havido, entre nós no dia em que me levantaste a voz, em que me deixaste numa angústia e ansiedade brutal no meu trabalho, no dia em que não te importaste em ter uma conversa decente de closure, puseste as culpas de tudo em mim, e ainda me pintaste como a injusta. Hoje, odeio-me por ter gostado de ti tanto, em tão pouco tempo...e isso, eu não posso perdoar.

Para o G. (parte1)

 (1 dia após ir tudo ao ar, provavelmente com muita raiva no meio)

Tu foste daquelas notificações, de mensagens enviadas a meio da noite, que eu só vejo de manhã e dão uma injeção de energia, e uma outra leveza ao dia. Tudo começou assim, quando eu já não esperava nada de ninguém, só de mim, porque a vida tem me ensinado que em último caso tenho de ser eu a dar-me motivação a mim própria para continuar a ter um bocadinho de vontade de viver e de fazer coisas novas, e a impor-me desafios para não ficar só a existir numa vida depressiva e solitária de trabalho, casa, casa, trabalho.

Eu fui para o nosso primeiro date como vou a, quase, todos...com poucas expectativas, mas com vontade de te conhecer, a acreditar que podias ser diferente (para melhor), mas com a esperança muito reduzida porque como eu gosto de dizer "a vida é uma merda, e é raro abonar a meu favor".

Mal te vi gostei de tudo em ti, eras mais bonito do que eu tinha imaginado, mais alto do que eu mas não demasiado, cheiravas bem (acho que usavas o mesmo perfume que o meu ex namorado, mas nem me lembrei disso na altura), dava para perceber que eras mais novo que eu (o meu típico), mas já tinhas uma postura de uma pessoa mais madura. A conversa fluiu tão bem, que segundo tu, estivemos 7 horas a falar...e foram as 7 horas em que eu estive mais tranquila desde há algum tempo para cá.

A partir daí foi sempre tudo a melhorar, conversas todos os dias, víamo-nos todos os fins de semana e tínhamos dates em condições. Foi muito fácil para mim começar a gostar de ti, apesar de todos os receios e inseguranças que eu tenho relativamente ao passado, tu parecias percebê-las e mostrar-me que estavas comigo para ser diferente, e para ser especial. 

Ao fim de 2 anos de vida de solteira, e após o trauma da minha última relação, finalmente consegui admitir para alguém e para mim própria que me estava a apaixonar, e era por ti. E foi tão fácil, sabes? Foi tudo rápido, certo, mas ao mesmo tempo simples, leve e sem pressão. Parecia tudo tão bom!

Eu acabei por confiar em ti coisas que era raro confiar nos outros...não sei se pelas deceções, se por ter desenvolvido (se calhar em demasia) a minha independência, se por saber que em último caso só com os meus é que posso contar...mas, mesmo a medo, eu confiei.


(Afinal tudo o que foi escrito nem tinha assim tanta raiva)

Sobre o 22 de há 2 meses atrás

 2 meses que te conheci, mais de 1 mês que deixaste de fazer parte da minha vida, menos de 1 mês desde a última vez que falamos. Penso que n...